Você já se perguntou se seu filho tem idade suficiente para ficar sozinho em casa? No Brasil, não existe uma lei federal que determine essa idade, então os pais precisam avaliar a maturidade, independência e capacidade da criança de lidar com situações imprevistas. Este guia oferece recomendações por faixa etária, considerações legais e uma checklist prática para ajudar você a decidir quando — e como — é seguro deixar seu filho sozinho em casa.
Não há uma idade legal estabelecida no Brasil que autorize a permanência de uma criança sozinha. Ainda assim, especialistas e defensores infantis concordam que deixar crianças muito novas sem supervisão pode ser perigoso. Geralmente, recomenda‑se que menores de 10 anos não fiquem sozinhas sem supervisão, enquanto crianças de 11 a 12 anos podem conseguir ficar sozinhas por curtos períodos durante o dia, se forem consideradas emocionalmente maduras.
O ponto central é analisar se a criança demonstra autocontrole, responsabilização, habilidade de se comunicar e seguir regras de segurança. Cada uma se desenvolve de forma única, por isso a prontidão depende mais do comportamento do que da idade cronológica.
Como saber se seu filho está pronto para ficar sozinho em casa?
Até que idade deixar seu filho sozinho? E em quais situações ainda vale contratar uma babá? Não existe resposta universal — cada criança e família são diferentes. Este artigo traz orientações claras para ajudar você a entender se seu filho está verdadeiramente preparado para assumir essa responsabilidade.
Considere aspectos como:
- A capacidade da criança de comunicar o que sente e entende instruções
- Se ela consegue seguir regras de segurança simples
- Se transmite confiança e tranquilidade em situações cotidianas em casa
- O tipo de vizinhança onde mora — se é tranquila ou possui riscos
- Quanto tempo você pretende ficar fora
Qual é a legislação sobre deixar uma criança sozinha em casa?
Ao contrário de alguns países, o Brasil não possui lei específica que determine uma idade mínima. Ainda assim, os pais têm a responsabilidade legal de garantir o bem-estar da criança, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Se for identificado que a criança ficou em situação de risco ao ficar sozinha, autoridades podem agir por meio do Conselho Tutelar.
Entre os padrões geralmente recomendados:
- Menores de 7 anos: nunca devem ficar sozinhos, nem em casa, nem no carro ou na escola
- 8 a 10 anos: é possível começar com curtos períodos durante o dia (máximo 30 minutos), dependendo da criança
- 11 a 12 anos: podem ficar por 1 a 2 horas, se demonstrarem maturidade e segurança
- 13 a 15 anos: geralmente aptos a ficar por períodos mais longos, mas não durante a noite
- 16 anos ou mais: em muitos casos, aptos a ficar sozinhos inclusive durante a madrugada, desde que responsáveis
Papel dos pais
Você é quem conhece seu filho melhor — e é sua função decidir se ele está pronto para essa etapa. Deixar a criança sozinha pela primeira vez é um marco importante, que exige planejamento, confiança e comunicação clara. Se feito de forma cuidadosa, pode ser uma experiência positiva que fortalece independência, autoestima e senso de responsabilidade.
O que influencia a decisão de deixar uma criança sozinha em casa?
Embora as diretrizes por idade sejam úteis, elas não são regras absolutas. Muitos pré-adolescentes de 11 ou 12 anos que já frequentam o ensino fundamental costumam ficar sozinhos em casa por algumas horas após a escola. Isso acontece porque vários fatores pesam para saber se a criança está realmente pronta para esse passo.
Algumas crianças desenvolvem um senso de responsabilidade mais cedo que outras. Um(a) menino(a) de 8 anos pode lidar bem com uma hora sozinho, enquanto outro(a) de 10 ainda pode precisar de supervisão próxima. Nesse caso, a maturidade importa mais do que a idade.
O local onde a família vive também faz diferença. Seu bairro é calmo e seguro ou movimentado e com muitos riscos? Você mora em uma área rural, onde a ajuda pode demorar mais, ou em um prédio com porteiro e vizinhos atentos? Ter irmãos mais velhos por perto também pode ser um fator tranquilizador. Se um adolescente está em casa, a criança mais nova pode se sentir mais protegida. E claro, o tempo que você ficará fora também conta. Sair por 15 minutos para ir ao mercado não é a mesma coisa que ir a um evento à noite por várias horas.
Em resumo: diretrizes por idade são um bom ponto de partida, mas sua decisão final deve considerar a autonomia, responsabilidade e segurança emocional da criança.
Apoio da babá: uma ponte para a independência
Se seu filho ou filha ainda não está pronto(a) para ficar sozinho(a), uma babá de confiança pode ajudar muito mais do que apenas garantir a segurança. Ela pode ser uma aliada importante no desenvolvimento da autonomia da criança, respeitando o ritmo individual de cada um.
Você pode combinar pequenas rotinas com a babá que estimulem a autoconfiança: por exemplo, deixar a criança fazer pequenas tarefas supervisionadas, ou conversar sobre o que fazer em determinadas situações. Com o apoio certo, seu filho se sentirá cada vez mais seguro para dar esse passo — um pouquinho de cada vez.
Checklist de segurança: o que toda criança deve saber antes de ficar sozinha
Deixar seu filho sozinho em casa pela primeira vez pode gerar ansiedade — para ele e para você. Por isso, a preparação é fundamental. A criança percebe suas emoções, então manter a calma e a confiança faz diferença. Certifique-se de que ela compreende e consegue lidar com os pontos abaixo:
1. Ela sabe seu nome completo?
Parece simples, mas em situações de estresse, até isso pode ser esquecido. A criança precisa conseguir dizer claramente o nome completo, mesmo sonolenta ou nervosa.
2. Ela sabe usar o telefone?
Seja celular ou fixo, a criança precisa saber ligar para um adulto de confiança ou serviços de emergência. Pratique usando o próprio aparelho que ela terá à disposição.
3. Ela sabe como funciona a porta da frente?
Algumas trancas ou fechaduras são complicadas. Ensine como trancar e destrancar com segurança. Se houver alarme ou sistema de segurança, ela deve saber como ativar e desativar.
4. Ela sabe o que fazer se alguém bater na porta?
Combinar regras claras: quem pode entrar? Idealmente, só abrir para quem já foi combinado antes — como um vizinho conhecido ou entregador.
5. Ela sabe se pode ou não atender ao telefone?
Se for autorizado, combine o que deve ou não ser dito. Treinem chamadas fictícias para que ela se sinta confortável ao atender.
6. O que fazer se se sentir insegura?
Combine um plano: se algo parecer estranho, para onde ela pode ir? A casa de um vizinho de confiança? Um parente por perto? Ensine como sair com segurança, inclusive se houver trancas especiais.
7. O que fazer em caso de emergência?
Falem sobre situações como cheiro de fumaça, um pequeno incêndio ou se um irmão se machucar. Treinem os passos a serem seguidos. Ensaios simples — como os feitos na escola — podem salvar vidas.
Como preparar seu filho para ficar sozinho em casa com segurança
Como pai ou mãe, seu papel não é apenas decidir se seu filho já está pronto para ficar sozinho — você também precisa garantir que ele tenha tudo o que precisa para dar esse passo com segurança. Isso é especialmente importante se você for ficar longe por um tempo ou estiver inacessível. Ou seja, preparar a criança e a casa com antecedência faz toda a diferença.
Anote os telefones importantes
Mesmo que seu filho saiba de cor o número da emergência (como 190 ou 193), escreva-o assim mesmo — na hora do pânico, é fácil esquecer. Inclua seu número de celular, os horários em que estará disponível, o contato de um vizinho confiável, o telefone dos avós e o número da pessoa de emergência. Cole a lista em um lugar visível, próximo ao telefone.
Tenha um plano de emergência
Escolha uma pessoa de confiança (seu “plano B”) que possa chegar à sua casa rapidamente se algo acontecer. Essa pessoa deve ter uma cópia da chave e morar a no máximo 5–10 minutos de distância. Avise seu filho sobre quem é essa pessoa e certifique-se de que o número dela esteja na lista de contatos.
Deixe tudo ao alcance da criança
Garanta que lanches, água e tudo o que a criança possa precisar estejam acessíveis. Nada de precisar subir em cadeiras ou vasculhar armários altos. Deixe separado o que ela pode comer ou beber — e em quantidade suficiente para o tempo em que você estiver fora.
Estabeleça regras claras
Pode ver TV? Precisa fazer a lição de casa ou guardar os brinquedos antes? Qual é o horário de dormir se você sair à noite? Pode usar o micro-ondas? E receber amigos? Combine todas essas regras com antecedência para evitar dúvidas ou imprevistos.
Avise quando não estará disponível
Se você tiver uma reunião ou atividade em que não poderá atender o telefone, diga isso ao seu filho antes de sair. Assim ele não se assusta. Se possível, mande mensagens ou ligue durante sua ausência para ver como ele está.
Crie uma lista anti-tédio
Ajude seu filho a montar uma pequena lista com coisas que ele pode fazer sozinho enquanto você estiver fora: brincar com brinquedos, ler, desenhar, montar um quebra-cabeça, ver um filme etc. Isso evita que ele procure distrações que podem ser perigosas.

Seu filho está pronto para ficar sozinho pela primeira vez?
Depois de conversar sobre tudo isso e sentir segurança, você pode fazer um “teste”: saia por 15 minutos para uma tarefa rápida e veja como a criança reage. Com o tempo, vá aumentando a duração gradualmente. Respeite o ritmo de vocês.
Deixar o filho sozinho em casa pela primeira vez é um marco importante. Você estará confiando a ele uma pequena responsabilidade — algo saudável e necessário para o crescimento. Isso desenvolve autonomia, autoestima e mostra à criança que ela é capaz. É comum sentir um certo nervosismo — tanto por parte dos pais quanto da criança —, mas também é comum sentir orgulho.
Se seu filho ainda estiver muito ansioso, não force. Combine com uma babá de confiança para ficar com ele, mesmo que seja por pouco tempo, ou leve-o com você se for possível. Vocês sempre podem tentar novamente mais tarde.
Seu filho ainda não está pronto? Tente um “teste supervisionado” com um vizinho
Se você tem um vizinho de confiança, pode usar um babá-eletrônica como forma de treino. A criança fica sozinha por um tempo curto, enquanto o vizinho escuta à distância e pode intervir se necessário. Deixe com ele uma chave reserva, só por precaução.
Dar esse passo pode parecer difícil, mas com a preparação certa e uma comunicação aberta, a experiência de ficar sozinho em casa pode se tornar um momento de crescimento e independência — tanto para os filhos quanto para os pais.
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